O período pré-colonial (1500 – 1530)
O
período de 1500 a 1530 é considerado tradicionalmente período pré-colonial.
Isto porque a expedição de Martim Afonso de Souza é considerada, também colonizadora.
Ora, além de haver historiadores que questionam este objetivo na expedição de
Souza, basta fazer uma análise comparativa entre o tamanho do Brasil e o que
trouxe este navegador para colonizar o Brasil: algumas mudas de cana, alguns
casais e instalou um engenho em São Vicente. Para o tamanho do Brasil, mesmo
considerando somente o trecho do Tratado de Tordesilhas que cabia a Portugal,
esta “ação colonizadora” não pode ser considerada razoável. O mais plausível
seria considerar a colonização a partir de 1534, com as Capitanias
Hereditárias. Mas, como a tradição da história oficial ainda permanece nos
livros didáticos e nas provas de concurso, consideremos esta versão divulgada.
Quando
os portugueses chegaram ao Brasil, encontraram algumas vantagens com o fato de
aqui já viverem os povos indígenas. Essa população, descendente do povoamento
da América nas correntes migratórias que vieram do norte (na teoria mais aceita
para o povoamento da América), era divida em Troncos Linguísticos. No litoral era
predominante a presença do Tronco Tupi-Guarani e no Planalto os Jês ou Tapuias.
A organização social destas tribos era, geralmente, baseada na poligamia. A
organização do trabalho era divido por sexo (e: a mulher fazia a agricultura e
o homem: a guerra e a caça) e por idade. Eles plantavam alguns produtos como
tabaco, algodão e mandioca em um sistema de agricultura rudimentar com o uso da
coivara (limpeza e queima do terreno). Os portugueses aprenderam muito com a
cultura e a tradição indígena, tanto na alimentação quanto na forma de fazer
agricultura como, por exemplo, o uso da coivara.
No período
pré-colonial ocorreram algumas expedições exploratórias e guarda-costeiras. As
primeiras foram para descobrir quais riquezas poderiam ser exploradas no
Brasil, e as segundas para combater a presença de navios estrangeiros,
principalmente franceses que exploravam o Pau-Brasil. Em 1501, o navegador
Gaspar de Lemos, na primeira viagem após a expedição de Pedro Álvares Cabral,
veio explorar o litoral e encontrou o Pau Brasil – madeira já conhecida na
Europa e com valor comercial, pois era usada para fabricar tinta vermelha para tecidos.
Percorreu o litoral brasileiro dando nome aos acidentes geográficos. Em 1503
foi a vez de Gonçalo Coelho, que também fez uma exploração também no litoral.
Foi organizada a partir de um contrato entre o rei e um grupo de comerciantes
para explorar o pau-brasil, dentre eles o comerciante Fernão de Noronha. Com o
aumento de franceses no litoral brasileiro explorando o Pau Brasil – eles não reconheciam
o Tratado de Tordesilhas – em 1516, e depois em 1526 o capitão, o capitão
Cristóvão Jaques foi enviado em uma expedição guarda costeira para proteger o
litoral de piratas e corsários franceses.
O comércio de Pau Brasil foi a primeira atividade econômica do Brasil Colonial. Este extrativismo vegetal era feito com a mão-de-obra baseado no escambo com os índios. A madeira era trocada por produtos de pouco valor para os portugueses, mas de grande valor para os índios. A madeira, também chamada de Ibirapitanga pelos indígenas, servia para fazer tintas de tecidos na cor vermelha. O tecido vermelho, reservado aos religiosos na Idade Média, tinha virado moda naquela época, o que fez aumentar a demanda pela tinta. Mas também fazia outros objetos com a madeira. Com o tempo, os índios foram exigindo instrumentos de ferro como facas, machados, anzóis, o que facilitava a sua vida. Em 1503 Fernão de Noronha e um grupo de cristãos-novos receberam o 1° Estanco (licença) em troca de taxas e proteção da colônia. Com o Estanco, o colono tinha o direito de explorara o Pau Brasil. Vale lembrar que a extração desta madeira não terminou com o início da produção açucareira no Brasil.
O Início da
colonização
Com o
declínio do comércio oriental, Portugal volta-se para o Brasil. A concorrência
estrangeira nos negócios das especiarias, ostentações da coroa e alto custo do
negócio no oriente fizeram Portugal rever sua política colonial. Havia pressões
estrangeiras nas terras da América com a presença de estrangeiros no comércio
de Pau-Brasil. A notícia de metais preciosos encontrados na América Espanhola
também fazia aumentar a cobiça por estas terras. Não se pode esquecer do
interesse da coroa em valorizar estas terras, aumentando o seu império
colonial.
Antes de iniciar o processo de colonização do Brasil, o rei D. Manoel
enviou a Expedição de Martim Afonso de Souza (1530), que nos clássicos de
História o traz como uma expedição de exploração, colonização e segurança. Como
ele não combateu franceses após atingir o sul da colônia (soube que os mesmos
estavam de novo no litoral do nordeste) e que o que trouxe para colonizar o
Brasil foi ínfimo (alguns casais e mudas de cana-de-açúcar), conclui-se que o
real objetivo da expedição era confirmar se havia ouro antes de decidir pela
divisão em Capitanias Hereditárias. Esta, porém, é uma visão minoritária
partida de um autor de São Paulo. Aceita-se então que foi uma expedição com a
tripla função. O fato é que, só após receber carta de Martim Afonso o rei
decidiu dividir a colônia em faixas para doá-las aos Capitães Donatários. O Rei
doou as Capitanias para a pequena nobreza, pois a alta nobreza estava mais
interessada em ficar na corte, nos altos postos estatais ou em altos cargos nas
colônias que participavam do comércio de especiarias. O interesse do rei em
distribuir os lotes de terras era fazer com que a colônia produzisse lucros. O
processo produtivo levaria ao povoamento e a proteção para a colônia.
O Estado não dispunha de capitais para colonizar o Brasil, e nem estava
com este interesse. Era mais rentável transferir para os particulares esta
tarefa. Foi neste contexto que o rei distribuiu as Capitanias para a pequena
nobreza investir e administrar a colonização. Desta forma, as bases econômicas para
o início da colonização do Brasil se deram com capitais privados, dando
vantagens aos colonizadores, mas também os riscos da empreitada. O sistema de
distribuição de Capitanias Hereditárias já estava sendo utilizado nas ilhas do
Atlântico dominadas por Portugal (Açores, Cabo Verde). O produto escolhido para
a primeira produção econômica do Brasil foi a cana-de-açúcar. A escolha pela
produção de açúcar não foi por acaso. Primeiro porque havia mercado consumidor
na Europa e o produto tinha alto valor comercial. Segundo era a experiência que
os portugueses conseguiram com a técnica da produção nas Ilhas Atlântico. Por
fim, o solo e clima do Brasil eram propícios para tal produção. A escolha da
mão-de-obra escrava estava liga aos fatores de custo e socioeconômico. Portugal
não tinha uma grande população, e o camponês livre poderia se desviar da
produção de açúcar e tentar montar o seu próprio sítio, o que poderia sair do
controle português, uma vez que a distância da Metrópole e a extensão de terra
dificultava o controle estatal. Usou-se inicialmente o escravo indígena, mas,
pela força do lucro com o tráfico negreiro, que já existia no litoral Atlântico
antes mesmo de 1500, o índio foi substituído pelos africanos nas praças de venda
de escravos.
A
Administração Colonial
O rei de Portugal ordenou a implantação do
sistema de Capitanias Hereditárias (1534) no Brasil. Os portugueses já tinham a
experiência de produzir o açúcar pelo sistema de capitanias na produção das
Ilhas do Atlântico. Pode-se concluir que o objetivo básico do rei com a divisão
do Brasil eram "3 P´s": Povoar, Proteger e Produzir (para explorar).
Desta forma, ele estaria garantindo a posse da terra com a sua ocupação,
protegendo de invasores e fazendo a mesma se valorizar, uma vez que a população
aqui encontrada não produzia excedente para comercialização.
A distribuição das capitanias se deu através da Carta de Doação, a qual
o rei doava a Capitania ao Capitão Donatário e passaria de modo hereditário
para o filho mais velho. Os Donatários não poderiam vender, doar, transferir, trocar
etc., as mesmas. As capitanias poderiam voltar para o poder da coroa em caso de
abandono, ou, na necessidade de se assumir algum território, indenizar a
família responsável pela mesma (como aconteceu na Bahia, que virou capitania
real e a vila de Salvador capital do Brasil).
Um segundo documento importante na colonização foi o Foral, que
determinava os direitos e deveres do donatário. Dentre os deveres estava a de
proteger a capitania, atrair colonos para povoá-la, exercer funções jurídicas,
administrativas, tributárias, etc. Tinha o direito de fundar vilas, doar
sesmarias, ficar com uma parte dos impostos recolhidos.
A doação de terras no Brasil se deu através das sesmarias. Eram grandes
faixas de terra doada aos colonos, futuros Senhores de Engenho ou a fazendeiros
de menores posses. O colono tinha um prazo de 5 anos para tornar a terra
produtiva senão a perderia, segundo a legislação portuguesa, além de pagar
multa (pouco praticado no Brasil). As sesmarias deram origem ao Latifúndio no
Brasil, pois uma légua de sesmarias media 6300 metros. Oficialmente cada uma
tinha uma légua de frente e três de profundidade. Os fazendeiros quase nunca
respeitavam estas medidas. Os donatários tinham o direito de fundar vilas, doar
sesmarias, arrecadar dízimo, dar licença para engenho, ministrar justiça, etc.
A Metrópole ficava com 10% da produção, 20% nos metais preciosos (o quinto),
tinha o monopólio das drogas do sertão e do Pau Brasil, os quais cediam a quem
se interessasse. Posteriormente estes monopólios foram modificados. A falência
do sistema em algumas Capitanias Hereditárias deu-se pela falta de terras
férteis, pelos conflitos com os índios, pelos ataques de navios estrangeiros,
pela falta de comunicação entre as Capitanias (o que dificultava o apoio
recíproco), o desinteresse dos donatários, e, principalmente, pela falta de
recursos dos donatários para investir.
A criação do Governo Geral foi decretada em 1548 para ajudar o sistema
de Capitanias Hereditárias. O fracasso do objetivo geral de grande parte da
função das Capitanias estimulou esta atitude do rei. A grande autonomia dos
donatários também estava trazendo problemas de insubordinação administrativa,
sendo o Governo Geral um representando do rei na colônia e uma forma de
centralizar o poder político e aumentar a presença do Estado na colônia.
O primeiro Governador Geral foi Tomé de Souza (1549/1553), que fundou a
capital da colônia em Salvador. O local foi escolhido para controlar a produção
açucareira do nordeste. Esta capitania sofreu ataques dos Tupinambás e o
Donatário morreu em um dos conflitos. A Coroa pagou indenização à família e
tornou-a Capitania Real. Tomé de Souza inseriu o gado na colônia (apesar de
alguns autores afirmarem já terem os portugueses trazido gado antes deste
Governador Geral). O gado teria a função de alimentação, do transporte de
pessoas e de cana-de-açúcar, além de mover engenhos (chamados de Trapiche).
Trouxe os primeiros missionários jesuítas (entre eles Manoel da Nóbrega) e
fundou o 1° bispado, localizado na Bahia.
O segundo foi Duarte da Costa (1553/1558). Suas ações não foram tão
expressivas por sua difícil relação com os colonos. Trouxe mais jesuítas (entre
eles José de Anchieta). Em seu governo ocorram os primeiros confrontos entre
jesuítas e colonos pela questão indígena. Os jesuítas tentavam impedir a
escravidão dos índios, levando-os para as Missões. Foi em seu governo que a
colônia foi invadida pelos franceses em 1555. Entrou em conflito com o bispo
Sardinha. Este acabou morrendo quando deixava a Bahia, livrando-se de um
naufrágio, mas caindo em mãos dos Tupinambás.
O terceiro Governador Geral foi Mem de Sá (1558/1572), que passou a
fiscalizar os Donatários, combateu a corrupção e incentivou a produção de açúcar
e gado. Duarte Coelho, donatário de Pernambuco, ficou isento do seu controle
depois de um pedido em carta ao Rei de Portugal (O donatário de Pernambuco não
achava justo o controle depois de tudo o que tinha feito pela Capitania). No
governo de Mem de Sá foi fundada a cidade do Rio de Janeiro, em março de 1565,
pelo seu sobrinho, Estácio de Sá, com o objetivo de expulsar os franceses da
Baía de Guanabara, fato que se deu em 1567.
Mem de Sá, pelos bons serviços prestados, ficou além do tempo que foi previsto
para ele. Ocorreu então a 1° divisão do Governo Geral (1572/1578). Havia ainda
o temor de novamente colônia ser invadida pelas potências estrangeiras. Esta
divisão ficou assim
·
Governo do norte
– Luís de Brito Almeida – capital Salvador – Controle da produção açucareira do
nordeste.
·
Governo do sul –
Antônio de Salema –capital Rio de Janeiro – participar do nascente comércio do
Rio da Prata.
Em 1578 a colônia unida novamente em 1578 sob o Governo Geral de
Lourenço da Veiga. A partir daí foram vários governadores gerais até 1763. A
partir desta data, com a transferência da capital da colônia para o Rio de
Janeiro, o cargo passou a ser Vice-Rei, com as mesmas funções. Este termina em
1808, pela falta de necessidade, uma vez que o próprio rei passou a governar o
império português no Brasil (D. João).
O poder local era exercido pelas Câmaras Municipais, instaladas nos
povoados que recebiam categoria de vila. Quem controlava o poder nas Câmaras
eram os chamados Homens Bons, ou seja, Senhores de Engenho que dominavam a
política local, tendo somente estes o direito de se candidatar a cargo político
e a votar. Entre eles se escolhia o Juiz de Paz. Os assuntos locais tratavam da
administração, policiamento e da justiça, tendo, na prática, grande autonomia.
Cuidavam também do abastecimento da cidade, dos preços locais, da manutenção
das vias, da construção de estradas, etc. Havia resistência em relação ao
controle do Governo Geral sobre este poder local e os senhores de engenho, pois
esbarrava no isolamento das regiões, na autonomia das Câmaras Municipais e
falta de funcionários reais para fiscalizar as ações destas.
A Sociedade
e a Cultura Colonial
Os
costumes sociais no Brasil Colônia foram, em boa parte, importado da sociedade
portuguesa da época, ou seja, católica e conservadora. Mas com o passar do
tempo houve muitas mudanças pela influência da cultura africana e indígena. No
nordeste açucareiro, o poder político-social maior era dos Senhores de Engenho.
O Engenho era uma espécie de espaço de poder do fazendeiro, pois havia muita
autonomia para se administrar os conflitos sociais internos. O poder familiar
era baseado no patriarcalismo (poder do pai sobre a família), mas os agregados
(parentes e funcionários) também se submetiam a este poder. Com algumas
exceções legais, o Senhor de Engenho podia quase tudo na fazenda. Aos escravos
nada restavam a não ser fugir ou rebelar-se. Era uma sociedade rural,
aristocrática e com nenhuma ou quase nenhuma mobilidade social. Aos filhos
homens dava-se o direito de estudar em escolas jesuíticas e irem, mais tarde,
estudar direito ou medicina em Portugal. Alguns (primogênito) assumiam a
fazenda do pai, outros tornavam-se padres. Às mulheres reservava-se o
casamento, e o ensino das prendas domésticas (cozinhar, costurar). Achavam
arriscado alfabetizar as mulheres, pois poderiam tornarem-se “perniciosas” ou
questionadoras. Quando as filhas dos fazendeiros não casavam com brancos ricos,
filhos de comerciantes, fazendeiros ou com Senhores de Engenhos viúvos, eram, em
geral, enviadas ao convento. As famílias saiam de suas casas, ou fazendas, para
as festas religiosas nas vilas, que eram as mais importantes. As mulheres saíam
acompanhadas de pais, maridos ou amas. Mulheres sozinhas nas ruas, talvez em
cidades maiores, no século XVIII, e sociedade como a mineradora de Minas
Gerais. Poderia também ocorrer em cidades litorâneas, sendo mulheres casadas
com pequenos comerciantes ou trabalhadores em geral.
A
pirâmide social do período colonial era mais estratificada do que as antigas
versões que a dividia em Senhores de Engenho e Escravos. No topo da pirâmide
havia os funcionários da Metrópole, os senhores de engenhos e grandes
comerciantes. Mais abaixo funcionários públicos, comerciantes etc. Mais abaixo
vinha pequenos lavradores e pequenos comerciantes. Ainda havia a faixa dos
brancos pobres, ex-escravos e índios livres nas cidades. Por fim, na base da
sociedade, vinha os escravos sem nenhum direito social ou político. A forma
como esta divisão é apenas um exemplo de como era mais complexa do que a
simples divisão em duas classes. A mudança de classe social era bastante
rígida, muito pela falta de oportunidade. Na sociedade mineradora do século
XVIII, que também não era democrática, a possibilidade de mobilidade social era
maior.
A religião no Brasil Colonial não estava restrita ao catolicismo, mas
esta era a mais forte. O papel da Igreja Católica na colônia foi muito
importante na colonização, e no sentido de apoio aos portugueses para a
dominação das populações indígenas. Esta instituição tinha muita influência
política e possuía muitas propriedades na colônia. A relação com a coroa
dava-se pela instituição do Padroado, ou seja, a igreja estava ligada ao
Estado no sentido de submeter-se ao poder do rei em troca de proteção militar e
“monopólio” religioso na colônia. O governo ajudava na construção de igrejas,
seminários, salários dos religiosos em troca de apoio político e controle
social. O rei controlava a igreja, nomeava bispos, apoiava a expansão da fé
católica e tinha o direito de cobrar o dízimo. O clero estava dividido em Clero
Secular, que cuidava das paróquias e vilas, realizando missas, batizados
etc., e o Clero Regular, que eram os religiosos das Ordens Religiosas.
Estas eram autônomas em relação ao Estado, o seu corpo era composto por monges
e o seu objetivo era fundar missões para catequizar os indígenas, escolas para
cuidar da educação das crianças brancas da colônia, etc. A Companhia de Jesus,
fundada pelo espanhol Ignácio de Loyola, foi a maior ordem religiosa do Brasil
Colonial. Os religiosos desta ordem eram considerados soldados de Cristo, pois
a Ordem tinha uma hierarquia “militarizada” e autodisciplinada, sendo os
jesuítas tenazes e audazes em seus propósitos. A religiosidade colonial, porém,
não ficava restrita ao catolicismo. Havia a religiosidade popular, composta
pelo sincretismo de crenças do período colonial (católico, africano e
indígena), a qual o povo buscava curas, respostas ou conforto espiritual em adivinhos,
benzedores, curandeiros etc.
A cultura na colônia era influenciada pela religião e pelos costumes europeus. Nem por isso os costumes locais deixaram de serem adotados pelos colonos. O banho, que era costume indígena, foi aos poucos se tornando mais frequentes, até pelo calor da região. Dormir em redes, comer farinha de mandioca, etc., passou a se tornar uma prática comum entre os colonos. A mentalidade e as práticas culturais, eram, em geral, dominadas pela cultura religiosa cristã católica. Nos sermões, os padres falavam de religião, política, costumes, etc., propagando a fé e controlando a moralidade e os “bons costumes” da sociedade. O teatro era utilizado pelos jesuítas para catequizar os indígenas, mas era comum também os altos de fé e peças tradicionais europeias nas praças em dias de festas. Os estilos literários e artísticos da época chegavam aqui, geralmente, bem devagar e em períodos posteriores aos europeus. No século XVI, o que mais predominou foi a literatura informativa e de catequese. No século XVII, chegava na literatura o Barroco com o seu conflito ideológico, pela crise entre a influência racional, herança do renascimento e a fé com a ação da contrarreforma. Também chegava na arquitetura, predominado no Século XVIII, com o Barroco mineiro. Ainda no fim deste século chegava na literatura o Arcadismo, pela influência do movimento Iluminismo francês. Lembrando durante o período colonial era proibido o comércio de livros e a imprensa, tentando o governo português evitar as influências das ideias que circulavam na Europa desde a Reforma Protestante.
Prof. Vagner Moraes (Prof. Vaguito).
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